segunda-feira, 19 de março de 2012

SBCP NACIONAL DIVULGA BALANÇO DO MUTIRÃO DE RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA


                        Santa Catarina ficou em segundo lugar no ranking de cirurgias realizadas

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) nacional divulgou o balanço do Mutirão de Reconstrução Mamária realizado de 5 a 9 de março, simultaneamente, no Distrito Federal e em 17 estados onde existe representação da entidade. Durante cinco dias, centenas de profissionais mobilizaram-se para operar 551 mulheres selecionadas entre milhares de candidatas no País. Os procedimentos ocorreram em hospitais públicos e clínicas privadas, sem custo algum para as pacientes, incluindo estrutura, exames, material cirúrgico, curativos e outros cuidados pós-operatórios.
     O objetivo imediato da ação voluntária foi o de acelerar o andamento da fila de espera pela cirurgia reparadora no Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, de maneira mais ampla, a finalidade de toda esta movimentação que durou alguns meses de preparativos, é a de difundir entre mulheres mastectomizadas total ou parcialmente devido à retirada de tumores cancerígenos que o tratamento não termina com a extirpação de parte do tecido, mas que remodelar o órgão é uma etapa igualmente necessária para se obter qualidade de vida, bem como apontar o caminho a seguir.
     Santa Catarina, onde a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para 2012 aponta o surgimento de 1.630 novos casos deste tipo da doença entre os 52.680 previstos para todo o Brasil, foi o segundo estado que mais operou, ficando atrás apenas de São Paulo. Inscreveram-se 190 mulheres de idades variadas e com necessidade de diferentes tipos de intervenção. “Tínhamos como meta 50 cirurgias, mas conseguimos realizar 59. O resultado positivo se deve à descentralização que promovemos e ao engajamento de vários cirurgiões”, comemora o presidente da seccional da SBCP e coordenador do mutirão no Estado, Zulmar Accioli.
 
Desempenho estadual
     A execução em regiões distintas do território catarinense facilitou o deslocamento das pacientes entre suas casas e o hospital ou clínica, tornando o tratamento mais acessível e incentivando a tomada de decisão. “Não havia muitas à espera. A lista aqui é pequena e a demora é só de alguns meses. Nós apenas nos propusemos a operar gratuitamente algumas pacientes que mais precisavam”, explica o médico, considerando o atendimento feito em todos os hospitais da rede SUS onde há mastologia e cirurgia plástica em atividade.
     Rafael de Almeida Tirapelle, em Chapecó e Xanxerê; Marco Antonio Cavalcanti, em Blumenau; Luciano Vargas Schutz, em Criciúma; Vilberto José Vieira e Rodrigo D’Eça Neves (Hospital Universitário), em Florianópolis; e Iberê Pires Condeixa, em Joinville; foram os coordenadores locais, convidados pela SBCP estadual. Ao todo, 19 cirurgiões plásticos, sendo nove residentes do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), colaboraram com a iniciativa, que também envolveu dezenas de anestesistas, enfermeiros, instrumentistas e técnicos de saúde.
     Dos 59 procedimentos, três utilizaram a técnica de retalho transverso do abdômen (em conjunto com a abdominoplastia, quando há sobra de pele na barriga), seis foram grandes dorsais (enxertia de pele removida das costas), 13 implantaram prótese de silicone, 18 colocaram expansores (balão interno para dilatar o tecido epidérmico do seio) e 19 fizeram finalizações de cirurgias já ocorridas, o que os especialistas chamam de segundo e terceiro tempos (simetria, confecção da aréola, etc). São operações que têm custo total entre R$ 5 mil e R$ 35 mil em clínicas privadas, mas oferecidas gratuitamente na ocasião.     Esta foi a primeira edição do mutirão no Estado. “A maior conquista foi levar à população o conhecimento de que a reconstrução mamária faz parte do tratamento do câncer. A grande procura evidenciou que as pacientes entenderam a mensagem. Esperamos também que tenha servido para desestigmatizar a doença. Se for tratada cedo, não só pode ser curada, como a deformidade resultante pode ser reparada”, conclui Accioli.

Ranking nacional de cirurgias:
São Paulo: 80

Santa Catarina: 59
Distrito Federal: 54
Minas Gerais: 49

Paraná: 48
Rio de Janeiro: 48
Goiás: 44
Ceará: 33
Pernambuco: 30
Bahia: 29
Espírito Santo: 22
Alagoas: 16
Pará: 11
Rio Grande do Sul: 11Sergipe: 7
Amazonas: 6
Paraíba: 4
 




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