Na
contramão da crise- por Marcello Richa
Bastou
ser eleita para o discurso mudar radicalmente. A inflação, que durante a
campanha “estava sob controle”, passou a superar a meta e o Real desvaloriza a
cada dia. O desemprego cresce a níveis exorbitantes e a previsão é que até o
final do ano mais de dois milhões de brasileiros estejam sem trabalho. A falta
de planejamento e descaso do governo federal fez com que os juros começassem a
aumentar sem parar.
Dilma
quebra recordes negativos e faz o país viver uma recessão sem igual desde a
criação do Plano Real - legado que a petista jogou no lixo. Nossa realidade hoje
é diminuição no Produto Interno Bruto (PIB) e nenhuma previsão para melhorar. É
um governo perdido e sem propostas.
De
acordo com o Jornal Estado de São Paulo, o déficit das contas públicas em 2015
pode alcançar inimagináveis R$ 55 bilhões, resultado das pedaladas fiscais
promovidas pelo governo federal. A corrupção dominou o alto escalão e os
ministérios viraram balcão de negócios em que o único objetivo petista é evitar
o impeachment.
Os
sinais de crise se espalham por todo o país e afetam diretamente estados,
municípios e a população. A falta de suporte do governo federal, que concentra
quase 60% da arrecadação de impostos, e o aumento cada vez mais frequente do
repasse de responsabilidades da União têm sufocado cada vez mais as finanças, já
combalidas, de estados e municípios.
Atualmente
dez estados brasileiros precisam parcelar o pagamento dos salários de seus
servidores e não possuem dinheiro algum para investimentos. Basicamente, os
serviços públicos estagnaram ou pioraram. O medo de tomar medidas impopulares,
mas essenciais para a continuidade dos serviços e desenvolvimento, fez muitos
governadores não realizarem um necessário ajuste fiscal.
Na
contramão dessa crise, o Paraná mostra para o país como se faz para sair deste
cenário. O governador Beto Richa preferiu perder sua popularidade para garantir
o desenvolvimento do estado e promoveu um ajuste fiscal que hoje é referência
para todo o Brasil, recuperando a capacidade de investimento e minimizando os
efeitos da crise econômica nacional no estado. E, diferente do governo federal,
que apenas aumenta imposto e corta investimento, o governo estadual cortou da
própria carne: cinco secretarias foram retiradas da estrutura, diminuiu em 30% o
valor do custeio, eliminou mil cargos comissionados e foi reconhecido pelo IBGE
como o estado com menor número de cargos comissionados do Brasil em relação ao
número de servidores. Texto recente do Estado de São Paulo mostrou que o Paraná
é o único estado em todo o Brasil que melhorou sua situação fiscal em relação ao
ano anterior.
Os
índices mostram que o Paraná sai na frente, apresenta melhorias nas finanças e
conta com previsão orçamentária para 2016 de R$ 6 bilhões a serem investidos
prioritariamente em setores como saúde, educação, segurança, infraestrutura,
agricultura e assistência social. Os municípios, que sofreram um duro golpe do
governo federal com a diminuição em 38% do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM), também foram beneficiados pelo ajuste fiscal, com aumento em 20% dos
repasses estaduais de IPVA e ICMS.
Somado
a isso, o Paraná continua investindo nas áreas prioritárias, com excelentes
resultados. Dados do Ministério do Trabalho mostram que o estado foi o segundo
no ranking de geração de empregos formais no primeiro semestre de 2015. Além
disso, mantém o crescimento na produção industrial e, de acordo com o Ipea, é o
segundo estado com menor índice de desigualdade social do Brasil.
O
Brasil segue refém de um governo federal inapto, sem planejamento e repleto de
escândalos. Já o Paraná mostra que, com responsabilidade e austeridade,
colocando a população a frente dos interesses políticos, é possível sair da
crise e seguir rumo ao crescimento e desenvolvimento econômico, social e
estrutural que tanto precisamos.
**** Marcello
Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)