Você
sabia que de cada seis casais, um não irá conseguir engravidar após um
ano de relações sexuais sem o uso de qualquer método contraceptivo?
O
dado é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que também estima que para
20% destes casais o único modo de gerar um filho será através de
técnicas de reprodução assistida.
Para trazer o assunto à tona e mostrar
à sociedade que já há diversos tratamentos à disposição, e que é
possível adotar medidas preventivas, o mês de junho é considerado o Mês
Mundial de Conscientização da Infertilidade. Um período para discussão e
divulgação dos avanços da medicina, que vêm proporcionando o sonho da
maternidade.
“É
um alerta para estimular casais a buscarem tratamentos adequados,
quando a dificuldade para engravidar é constatada e persiste por mais de
um ano”, esclarece a médica Kazue Harada Ribeiro,
especialista em
reprodução humana.
Trabalhando com fertilização in vitro em Santa
Catarina desde 1997, Kazue Harada Ribeiro destaca que a infertilidade é
considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que já
há diversas opções de tratamento, sempre de acordo com o diagnóstico do
profissional especializado.
Coito
programado, inseminação intra-uterina, fertilização in vitro,
acupuntura médica, congelamento do sêmen, do óvulo e do embrião, são
algumas das técnicas disponíveis para garantir a fertilidade dos casais,
segundo Kazue. A médica integrou a equipe do Prof. Dr. Milton Nakamura,
responsável pelo primeiro bebê de proveta do Brasil, em São Paulo. A
Clinifert – Centro de Reprodução Humana, que ela conduz em
Florianópolis, atende casais de todo o Estado e, no último ano, a
procura por tratamentos de fertilidade aumentou 40% na clínica.
A especialista explica quais são as principais técnicas da medicina reprodutiva que podem ser indicadas caso a caso:
Inseminação Artificial
Ocorre
quando o sêmen do parceiro é coletado e introduzido diretamente na
cavidade uterina. “Nesse procedimento a intenção é encurtar e facilitar o
caminho percorrido pelos espermatozoides. Outro motivo que leva à
utilização da inseminação é a baixa quantidade de espermatozoides no
sêmen. Ele então é tratado para que sua concentração aumente e seja
finalmente injetado.
FIV – Fertilização In Vitro
Conhecida
popularmente como “bebê de proveta”, na Fertilização in vitro a
fecundação é feita fora do corpo materno. O primeiro passo é estimular a
produção de óvulos através de medicamentos específicos. Segundo a Dra.
Kazue, esses óvulos são aspirados por uma agulha e então depositados em
uma solução nutritiva para que se mantenham vivos. Em seguida, os
espermatozoides também são colocados no mesmo recipiente para que ocorra
a fecundação. Quando fertilizado, o óvulo é encaminhado a uma estufa
onde se iniciará o processo de divisão celular. Ao atingir o estágio de
oito ou 16 células, o embrião já está apto a ser implantado no útero
materno.
ICSI- Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides
Se
a causa da infertilidade for proveniente do paciente masculino, é
provável que a produção de espermatozoides seja muito baixa, rara ou
praticamente inexistente. Nesses casos, soma-se à FIV uma técnica
chamada injeção intracitoplasmática de espermatozoide, a chamada ICSI,
em que único espermatozoide especialmente selecionado é injetado em cada
óvulo disponível.
Congelamento- Vitrificação
A
vitrificação é a técnica mais moderna de congelamento de óvulos,
espermatozoides e embriões. Feito em nitrogênio líquido à baixa
temperatura (-196ºC), o processo acontece de forma ultra-rápida: levando
cerca de 3 segundos para se congelar a célula.
A
ovodoação é destinada a casais em que o fator ovulatório é a principal
causa de infertilidade, seja pela incapacidade do ovário em produzi-los,
seja pela acentuada queda na qualidade dos óvulos. O maior objetivo é
ajudar a paciente a engravidar através do óvulo de uma terceira pessoa. O
processo é sigiloso para ambas as partes: doadora e receptoras não
conhecerão a identidade um do outro.
Quem é Kazue? - Á
frente da clínica Clinifert e da Fert Center (projeto social da
Clinifert que atende casais com menores condições financeiras), é uma
das maiores apoiadoras da campanha de alerta do Mês Mundial da
Conscientização da Infertilidade. Graduada em medicina pela Universidade
de São Paulo, com especialização em reprodução humana no Brasil e na
França, Kazue tem experiência de mais de 30 anos na área. Foi Delegada
Regional de Santa Catarina da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana
em 2011 e 2012, e sua clínica, a Clinifert, é a única de Florianópolis
certificada pela Rede Latino Americana de Reprodução Assistida, além de
ter sido responsável pelos primeiros bebês de proveta do Estado.
**Fotos da Dra Kazue (especialista em Reprodução Humana) Crédito: Marcelo Miyashita